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Na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, ocorreu o encerramento do curso de capacitação de agentes da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres com o seminário Todas Vivas, Por uma São Léo Mais Mulheres, Sem Misoginia. O evento ocorreu na Câmara Municipal de São Leopoldo, com a presença da deputada federal Maria do Rosário e da representante do Ministério das Mulheres Denise Teixeira Novaes. 

Na ocasião também ocorreu a formatura de 49 mulheres que participaram do Projeto Todas Vivas! uma parceria da ONG Coletivo Feminino Plural com a Prefeitura de São Leopoldo por meio da Secretaria de Políticas Para as Mulheres (Sepom). O projeto foi viabilizado por meio de emenda parlamentar da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).  O objetivo dos encontros foi capacitar profissionais de saúde, segurança, assistência social, justiça, Conselho de Direitos da Mulher, defensoras e ativistas do movimento feminista ao atendimento adequado às mulheres que se encontram em situação de violência.

Maria do Rosário explicou que é fundamental o trabalho de formação dos quadros que atuam na prefeitura “para construírem uma cidade sem violência, chegarmos antes da violência acontecer, preventivamente e no acolhimento. Todo trabalho que realizamos é um trabalho em rede que busca despertar o vínculo e a esperança”. A deputada enfatizou que “nenhuma de nós deixou ou deixará, em algum momento da vida, de sentir alguma pressão ou violência, de caráter machista e misógino (...) Nós não estamos falando de situações isoladas, estamos falando de mulheres que todos os dias, em todas as idades, sofrem algum tipo de violência que varia em uma espiral absurda e crescente, que se não rompida, se não quebrado o ciclo da violência, ela só se aprofunda”. 

A representante do Ministério das Mulheres falou das ações do ministério e destacou os impactos da misoginia na vida das mulheres. “Violências, expulsão dos espaços públicos, violência política, silenciamento, medo, saúde mental enfraquecida, deixar de se reconhecerem. Nos meus atendimentos vejo que muitas mulheres se veem como propriedade do marido”, disse Denise. 

A secretária de Políticas para Mulheres, Eliene Amorim, destacou o trabalho do Centro Jacobina como porta de acesso ao atendimento às mulheres vítimas de violência. “Andar por essa cidade é também escutar das mulheres relatos como ‘Graças ao Centro Jacobina eu não sou mais uma no cemitério, estou aqui e estou viva’. Isso é muito importante”, enfatizou a titular da Sepom. 

O prefeito Ary Vanazzi relembrou o início da construção da política pública de enfrentamento à violência contra as mulheres no município. “Em 2005, a gente fez uma mudança estratégica da estrutura de gestão pública. Criamos a Secretaria de Mulheres e várias outras secretarias que dialogavam com a sociedade e o direito às pessoas. Na época gerou um grande debate sobre a estrutura do estado”, lembrou o gestor ressaltando também que “Temos que trabalhar na formação e na qualificação, mas fundamentalmente o nosso olhar é exigir do estado – prefeitura, estado do RS e governo federal – a constituição de políticas públicas de proteção e de combate à violência”. 

O evento foi encerrado com a entrega dos certificados às participantes do curso. Estiveram presentes no seminário a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, delegada Michele Arigony; a presidenta do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, Sueli Lopes; representante do Coletivo de Mulheres Por Fi Ga, Salete Kaingang; vereadora Ana Affonso (PT), Iara Cardoso (PDT) e Jussara Lanfermann (PT), representante do Coletivo Feminino Plural e coordenadora do curso, Thais Pereira.

[Fotos: Eduarda Rocha | Texto: Jornalista Monique Marcolin – MTb 12.741 | Colaborou: Marcel Vogt – estagiário de Jornalismo da Sepom | Scom/PMSL]