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Congresso do Bicentenário traz debates a respeito de economia e produção sustentável na segunda mesa redonda do dia

25/03/2024

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Créditos: Bernardo Almeida



Na tarde desta segunda-feira, 25, o tema "Economia e produção mais limpa" foi debatido na segunda mesa redonda do Congresso do Bicentenário de São Leopoldo. A palestra foi realizada no auditório da Faculdades EST, e foi ministrada pelo prof. Dr. Valério Schaper, e trouxe historiadores, filósofos e técnicas especialistas em políticas de sustentabilidade. A mesa ficou marcada pelas reflexões trazidas pelos palestrantes a respeito da história da colonização europeia no município, além de medidas para a sustentabilidade que a cidade vem construindo nos últimos anos.

Associação Riograndense de Agricultores

O historiador e doutor em Filosofia, Arthur Blásio Rambo, iniciou destacando os aspectos históricos e econômicos que implicaram na criação da Associação Riograndense dos Agricultores no início do século passado. Em países como a Alemanha, Áustria, Suíça, entre outros, era bastante comum no final do século XIX, os agricultores católicos se reunirem anualmente para decidirem as soluções de problemas com a produção. Com esta referência de organização, as lideranças católicas da região, mais aproximadamente da cidade de Ivoti, realizaram uma reunião dos agricultores religiosos, baseado nos moldes europeus. A partir dessa reunião, houve um consenso para a criação da Associação Católica dos Professores para consolidar a educação em nível primário nas escolas comunitárias da região, e em 1899 foi realizada essa mesma reunião, na cidade de Feliz, onde foi decidido o desenvolvimento de uma Associação de Agricultores do Rio Grande do Sul, que tornou a ser a Associação Riograndense de Agricultores. “A Associação deveria ser etnicamente plural e abranger todos os setores da economia para organizar as soluções de problemas estabelecidos, foi um movimento organizado para enfrentar solidariamente todas as dificuldades e os desafios que estavam sendo apresentados, com isso a Associação é uma cooperativa que prega a solidariedade entre os agricultores e os diversos setores da sociedade”, ressaltou Arthur, falando a respeito dos princípios cooperativos na criação da Associação Riograndense de Agricultores. 

Hortas Comunitárias

A assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e diretora do Núcleo de Educação para Sustentabilidade na Cidade (Nesc), Valéria Viel e a Extensionista rural social da Emater RS, Adriana Conzatti, apresentaram as realizações da cidade acerca de criação de medidas de sustentabilidade em São Leopoldo, tendo como grande exemplo as hortas comunitárias, que vem sendo exemplos de segurança alimentar, e auxilia diretamente nas mudanças climáticas, que estão nas metas de sustentabilidade do município e da região. Além das hortas, a cidade possui leis de incentivo a práticas sustentáveis, uma delas é o “Composta São Léo”, que é um programa de incentivo à práticas de compostagem de produtos domésticos em domicílios, além do projeto de hortas nas escolas. Todas essas medidas são exemplos de avanço nas políticas de preservação ambiental, mas trazem também desafios para que a prefeitura continue praticando essas ações de sustentabilidade.

A colonização estrangeira no sul do Brasil: projeto político, econômico e militar da Colônia de São Leopoldo

A mestra em história, especialista em história agrária, fundiária, conflitos e relações de poder, Doris Rejane, trouxe um panorama histórico a respeito das propriedades rurais em que os imigrantes foram proprietários quando chegaram até o país. A professora destacou os aspectos de mercantilização das propriedades rurais, portanto gerando o aumento de companhias que irão comprar essas terras e realizar negócios imobiliários na região, fazendo das propriedades rurais verdadeiras mercadorias. “Uma fronteira é um lugar de disputas muito visíveis, há muitos desencontros do ser humano, podemos analisar um pouco da alteridade das relações desse momento. Será que existe esse limite que determinamos entre os povos? É a pergunta que eu faço, e se os conflitos por terra são realmente necessários”, disse a professora, trazendo a abordagem da busca por capital e terras desenfreada que ocorria nessa época.

O Congresso do Bicentenário acontece até quarta-feira, 27, abordando o tema “São Leopoldo: onde o passado, presente e o futuro se encontram” e tem entrada gratuita para todos que quiserem assistir às apresentações. Basta se cadastrar pelo site www.est.edu.br

[Texto e foto: Bernardo Almeida – Estagiário de Jornalismo | Supervisão: Jornalista Lisandro Lorenzoni – MTb. 12.480 | Scom/PMSL]

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