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Volta às aulas é marcada por acolhimento nas comunidades escolares

17/06/2024

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Créditos: Samuel de Souza

Em São Leopoldo, mais de 30 escolas municipais já voltaram às atividades presenciais


Após mais de 30 dias com o calendário escolar parado, devido à enchente que atingiu o município e o estado do Rio Grande do Sul durante o mês de maio, São Leopoldo conta com 30 escolas municipais da rede pública que já retornaram ao calendário escolar. Destas, 19 já operam desde o dia 3 de junho e outras 11 escolas retomaram suas atividades no dia 10 de junho.

Das 50 escolas da rede pública municipal, 18 foram total ou parcialmente atingidas pelas águas. A secretária municipal de Educação, professora Renata de Matos, explica como tem sido realizada a gradativa volta às aulas no município. “Tivemos durante este processo 13 escolas que foram espaço de acolhimento, que foram abrigo, que cumpriram uma importante tarefa social neste período. No dia 3 de junho, iniciamos com 19 escolas que não foram afetadas pela enchente e agora, nesta semana, retornamos com outro grupo de 11 escolas que durante este período foram locais de abrigo e acolhimento e mais uma escola que foi atingida, mas já passou pelo processo de reabilitação e pode fazer o acolhimento pedagógico dos estudantes”, explica Renata.

Na EMEF Irmão Weibert a volta depois de tantos dias foi de muitos sorrisos. “A nossa expectativa enquanto equipe foi de muita apreensão, para saber como as crianças chegariam, mas percebemos nos rostinhos deles a alegria e satisfação de rever colegas e professores. Na entrada o sorriso deles era grande e isso só foi nos fortalecendo e tranquilizando”, conta a diretora da escola Carmen Cristine Trentini. “Ver o reencontro deles com os colegas não tem preço que pague!”, conclui.

A volta às aulas está sendo marcada por acolhimento

A escola tem realizado diversas atividades para tornar o retorno mais brando para as crianças e adolescentes, realizando oficinas culturais e educativas, além de cada professor trabalhar em sala de aula diversas atividades de acolhida para suas turmas neste momento.

Dalvani Costa de Azevedo é eletrotécnico e oficineiro do Programa Mais Educa e hoje está alocado na EMEF Irmão Weibert realizando oficinas musicais com os alunos. “É muito gratificante porque a recepção deles é muito calorosa. A alegria nos rostinhos, a felicidade de poderem sair um pouco das salas de aula, poder cantar e interagir, é muito bacana”, fala Dalvani. Para o oficineiro, o projeto traz alento às crianças e adolescentes em um momento tão difícil para a comunidade. “Muitos deles perderam suas coisas, casas e bens. Então a música faz esse resgate, faz esquecer um pouquinho. Claro que a gente também conversa bastante, mas vejo a alegria deles de cantar um pouquinho e esquecer, atenuar um pouquinho esse quadro que é bem triste para todos”, explica.

A EMEF Irmão Weibert é uma das escolas que não foram atingidas pelas águas, mas tiveram um papel fundamental durante o período da enchente. Já na primeira noite, no dia 3, a escola abriu suas portas para receber desabrigados e desalojados pela maior catástrofe climática da história de São Leopoldo. Porém, com o rápido avanço das águas, por precaução e segurança, foi necessário fazer a realocação dessas pessoas para a EMEF Gusmão Britto, que também serviu de abrigo e acolhimento, no dia 4 de junho. Apesar do alerta, a água não alcançou o prédio.

Depois disso, a escola Irmão Weibert tornou-se abrigo de animais resgatados da enchente por quase 30 dias. “Todos os setores da escola estavam envolvidos. Tivemos corredores que viraram dormitórios para as equipes veterinárias, corredores que viraram farmácia, depósito de ração, tivemos um gatil, galo, galinha, uma porca que deu à luz a seis porquinhos… isso foi durante todo o mês de maio”, relembra a diretora. Mesmo com as equipes veterinárias voluntárias, a equipe diretiva da escola esteve todos os dias acompanhando o abrigo de animais.

Decisão sobre o retorno de cada escola depende de disponibilidade de equipe e medidas de segurança

A enchente que atingiu mais de 80% da população do município, atingiu também o funcionalismo público. Em levantamento realizado no início de maio, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) registrou que mais de 40% dos servidores foram afetados diretamente pelas águas, estatística que sobe para 70% a 80% quando levado em conta as pessoas afetadas indiretamente. “O retorno levou em conta isso, o quantitativo de pessoas que poderiam estar na escola para fazer esse acolhimento pedagógico. Desde as pessoas que fazem o serviço de portaria, as pessoas que preparam o alimento, que promovem a limpeza das escolas, os professores e equipes diretivas”, esclarece Renata, titular da Smed.

A diretora Carmen conta que o primeiro passo para a volta das atividades na escola foi conversar com os professores e equipe, pois assim como os alunos, muitos também foram afetados diretamente pelas cheias. “Acolhemos eles primeiro, porque depois eles que receberiam as crianças. Então, demos todo o apoio aos professores, decidimos fazer o acolhimento, ouvir essas crianças e famílias, orientando os professores a acolhê-las”, explica.

“Quando uma escola abre, ela sinaliza para a população que é possível recomeçar”

O retorno às aulas é um passo muito importante rumo à reconstrução, que traz também junto à obrigatoriedade de carga horária e ensino, conforto e alento aos estudantes, funcionários, corpo docente e familiares. Uma forma de retornar à normalidade, dentro do possível.

“Quando uma escola abre, ela sinaliza para a população que é possível recomeçar e a gente recomeça por onde? Pela educação, pela cultura, pela arte, é assim que a gente entende”, finaliza Renata.

Previsão para as escolas atingidas

Desde que as águas baixaram nas ruas leopoldenses, a Smed trabalha na avaliação e recuperação das 18 escolas que foram diretamente atingidas. Para fazer o recomeço, uma série de tarefas e legislações precisam ser cumpridas, garantindo principalmente a segurança da comunidade escolar. “Para isso nós fizemos inspeções técnicas em cada uma das escolas para indicar qual será a obra civil necessária para garantir esse retorno com segurança", explica Renata. 

 A partir do dia 24 de junho, um grupo de escolas das 18 afetadas retomará suas atividades, seguido por outro grupo em 1° de julho. As escolas mais afetadas têm previsão de retorno entre os dias 7 e 15 de julho. 

Texto: Pâmella Atkinson – estagiária de Jornalismo
Fotos: Samuel de Souza – estagiário de Jornalismo
Supervisão: Jornalista Lisandro Lorenzoni – MTb. 12.480

Superintendência de Comunicação da Prefeitura de São Leopoldo

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