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O documentário Doutor Araguaia - A história do médico João Carlos Haas Sobrinho teve seu pré-lançamento nesta quarta-feira, dia 13, diante de um público que lotou a sala do Cinesystem do shopping Bourbon para prestigiar o evento. O filme sobre a história do médico leopoldense, morto pela ditadura, é uma produção independente da TG Economia Criativa, dirigida pelo documentarista Edson Cabral, e roteiro, pesquisas e argumento realizados em parceria com Sônia Haas, irmã do protagonista. Durante as gravações a equipe esteve nos Estados de São Paulo, Maranhão, Pará, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Em fase de pós-edição, Doutor Araguaia terá outra exibição de pré-lançamento no dia 16 de novembro em Porto Alegre, na Casa Diógenes de Oliveira. 
Presente na abertura, o secretário de Cultura e Relações Internacionais (Secult) Claudimir Schütze definiu a noite como especial. “É um dia para se lembrar o resto da vida. O filme ser lançado aqui na cidade, junto com tantos parentes e amigos, com cinema lotado, traz simbolismo. O diretor Edson Cabral e a Sônia Haas estão de parabéns. Um episódio que lembra tempos sombrios da ditadura, para quem não viveu na época saber o que se passou”. Schütze recebeu, em nome da Prefeitura, uma placa, com o cartaz do documentário emoldurado, como forma de agradecimento pelo apoio da administração municipal no incentivo à memória. 

O documentário coloca em destaque a vida do brilhante estudante de medicina, que nasceu em São Leopoldo (RS) no ano de 1941, com sólida educação jesuíta, e que foi preso em 1964, quando era presidente do Centro Acadêmico Sarmento Leite, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). João Carlos Haas Sobrinho consegue concluir seu curso, alinha-se à filosofia do PCdoB da época, com forte liderança, torna-se médico pioneiro nas regiões de Porto Franco (MA) e Xambioá (TO). 

Entre 1967 e 1972, salva centenas de vidas, sendo amado pelos camponeses que sofrem com o regime de exceção e por todos que com ele conviveram. O médico foi morto na região do Bico do Papagaio, que perpassa os estados do Maranhão, Tocantins e Pará, na Guerrilha do Araguaia. Sônia Haas continua na busca dos restos mortais – que nunca foram entregues à família, procurando sempre compreender a opção do seu irmão.

“Durante décadas, nós, familiares de desaparecidos políticos, dedicamos nossas vidas na busca pela verdade, justiça, reparação e memória. Este documentário resgata, com dignidade, uma história vivida por muitos brasileiros e que as novas gerações precisam conhecer”, destacou Sônia Haas.      

Doutor Araguaia tem duração de noventa minutos, cinco músicas inéditas, cerca de cinquenta entrevistas e, aproximadamente, 2 TB de arquivo bruto, que envolveu uma equipe multifuncional composta por quase 30 profissionais.

Estiveram presentes no ato o secretário Seral de Governo Nelson Spolaor e o secretário de Mobilidade Urbana Sandro Lima.

Detalhes da obra

O documentário foi contemplado pelo Edital 001/2023 da Lei Paulo Gustavo (LPG) – Tocantins e conta também com o apoio da Prefeitura de São Leopoldo (RS), por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Internacionais (Secult), e da Prefeitura de Porto Franco (MA) e ainda com apoio institucional da Fundação Mauricio Grabois (FMG). Em 2023, Diego Moreira e Gabriel Kolbe publicaram, pela Editora Alameda, a Revista em Quadrinhos Doutor Araguaia – A história de João Carlos Haas Sobrinho – que se definiu, também, como título do documentário. A HQ teve lançamento em São Leopoldo na Feira do Livro de 2023.

Depois da pré-estreia, o próximo passo será a obtenção do Certificado de Produto Brasileiro – CPB na Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e, para 2025, circulação em Festivais de Cinema, nacionais e internacionais, além de Cine-Debates em eventos relacionados à medicina comunitária e os direitos humanos.

Texto: Jornalista Romeu Finato - MTb. 12.042
Foto: Divulgação

Superintendência de Comunicação da Prefeitura de São Leopoldo