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Prefeitura apresenta problemas financeiros e estruturais em audiência pública sobre a aquisição do barco-escola 

30/04/2025

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Créditos: Romeu Finato

A compra do barco-escola Peixe Dourado, realizada pela gestão anterior, foi tema de audiência pública na Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira, dia 30. O debate foi proposto pelo vereador Daniel Daudt com o objetivo de discutir o projeto, a gestão e o uso da embarcação, alvo de críticas e questionamentos sobre custos e viabilidade técnica. O secretário municipal da Fazenda, Roberto Calazans, foi um dos convidados a esclarecer a situação financeira encontrada a partir de 1o de janeiro.
“Toda a operação do barco-escola custaria perto de R$ 10 milhões. A conclusão que chegamos é que foi uma operação de crédito cara. Do ponto de vista financeiro, não foi a única operação de crédito cara feita pelo município. Por exemplo, a operação de R$ 80 milhões com o Banco do Brasil para a rua Independência. Se fizermos uma projeção, com a política econômica e inflação atual, a operação custará R$ 159 milhões”, salientou. Calazans informou que se reuniu com Caixa Federal e Banco do Brasil mostrando a situação financeira herdada pedindo reequilíbrio dos dois contratos. “O barco-escola é a ponta do iceberg de um problema estrutural maior”, frisou.


O secretário de Compras Rafael de Almeida falou sobre a contratação emergencial da tripulação por 12 meses. “Estava findando esse prazo. Pela nova lei, não podemos renovar o contrato. Nesse momento verificamos se tratar de um valor elevado de um serviço que não ocorria, pois o barco não estava sendo tripulado. Posso apontar que a aprovação técnica da proposta vencedora foi feita em uma hora e isso deveria ter sido analisado com mais calma”, ressaltou.
A administração também apontou inconsistência na especificações de peso e custo dos materiais adquiridos. No projeto inicial, a estrutura e as chapas de alumínio eram especificadas com peso de 16,7 toneladas, enquanto a planilha orçamentária indicava 11,7, toneladas. “O rio dos Sinos precisa ter 2 metros de profundidade para navegabilidade, sendo que em 70% do ano não há esse nível”, acrescentou o vereador Daniel Daudt. O engenheiro Felipe Loss, da empresa Marítima, responsável pela execução do barco, ponderou que o rio Guaíba mudou os níveis de navegabilidade, o que pode estar ocorrendo também no Sinos. 
“Hoje debatemos questões de transparência. Mas nossa ideia não é se desfazer do barco, até porque o dinheiro não volta. Vamos chegar a uma solução”, finalizou Daudt. O vereador Alexandre Silva anunciou que colherá assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema. Uma nova audiência pública sobre o tema será marcada no mês de maio. 
 
Texto e foto: Romeu Finato - Jornalista MTb. 12.042
Superintendência de Comunicação da Prefeitura de São Leopoldo

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