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Último dia da Feira do Livro enaltece artistas locais e a história de São Leopoldo

02/10/2023

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Créditos: Thales Ferreira


A 37ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos de São Leopoldo chegou ao fim no último domingo, 1° de outubro. O último dia do evento foi marcado pela presença de artistas locais e elevado movimento no turno da tarde.

Contando a história de São Leopoldo

Dirigido por Anita Coronel, atriz, professora e diretora de São Leopoldo, e com a participação dos artistas Matheus Ramirez, Stephanie Marchisio, Davi da Rosa dos Santos, Amanda Flóes e Isabela Coller, o teatro Baú de Lembranças apresentou ao público do domingo um espetáculo que conta a história do bicentenário de São Leopoldo. Sob gargalhadas de crianças, a apresentação ocorreu no palco principal após o Grupo de Danças Orpheu.

Anita Coronel fala brevemente sobre a apresentação e a carreira no teatro. “Nossa ideia é que ano que vem a gente possa mostrar para todas as crianças, jovens e adultos essa peça. Eu adoro me apresentar em São Leopoldo. Tenho muitas histórias no Teatro Municipal e em outras edições da Feira do Livro. Eu adoro apresentar na minha cidade, estar aqui com os meus amigos, com o nosso público. Eu comecei a fazer teatro morando aqui em São Leopoldo e simplesmente me apaixonei. Nunca mais parei”, comenta Anita. 

De acordo com Luísa Gonçalves, chefe de Ações Culturais da Secretaria de Cultura e Relações Internacionais (Secult), o grupo de artistas realizou a apresentação na São Leopoldo Fest deste ano e retornou na Feira do Livro para contar a história do município. “Eles já fizeram uma apresentação na São Leopoldo Fest deste ano contando a história dos 200 anos da cidade, começando na comemoração dos 200 anos pro ano que vem. Com a boa recepção, decidimos trazê-los novamente, desta vez para a Feira do Livro, contando, de uma forma muito lúdica, para toda a família, um pouquinho dos 200 anos da nossa cidade”. 

Lançamentos de livros

Com a intenção de abordar conflitos familiares a partir do tema da ditadura militar brasileira, a escritora Andréia Scheffer participou do evento para divulgar o seu segundo livro, nomeado como “Nada Será Como Antes” e deu um panorama sobre a sua obra mais recente. “Este é o segundo livro que eu lanço. O primeiro livro que eu lancei é um romance e foi publicado em 2020, no auge da pandemia, e ele não teve um lançamento dedicado, diferente do “Nada Será Como Antes”. Esse meu novo livro trata de divergências políticas dentro de uma família, tendo como pano de fundo uma trama de conflitos ideológicos, com a história iniciando na época da morte de Tancredo Neves, e vai se passando até chegar ao impeachment de Dilma Rousseff. Nesse período histórico da vida da protagonista ela vai descobrindo coisas sobre a família dela que envolvem o período da ditadura militar. Só não me aprofundo mais para não dar spoiler do livro”, graceja Andréia.

Na sequência, a escritora Liliane Maria dos Santos apresentou o seu novo livro “Cora Coralina e Desperta Lilás - Memórias Feministas do Sul do Brasil”, escrito conjuntamente por integrantes de dois coletivos feministas: o Cora Coralina, de São Leopoldo, e o Desperta Lilás, de Porto Alegre. Trajada de verde, cor símbolo da luta feminista na América Latina, a autora conversou com o público sobre a sua obra e depois participou de uma mesa literária mediada pela vereadora Ana Affonso. 

De acordo com a escritora, o livro incentiva as mulheres a se expressarem sobre as violências de gênero estruturais que sofrem. “O livro encoraja as mulheres a falarem dos seus processos. A gente sabe que a violência contra mulher é cíclica e muitas vezes a mulher não reconhece certas práticas como violência em razão da cultura, que é predominantemente machista e patriarcal. Sabemos que estas violências acontecem majoritariamente no âmbito doméstico e familiar, envolvendo relações afetivas, e muitas vezes a sociedade julga a própria mulher como culpada da violência que sofreu. Então é fundamental que a gente abra espaços para narrativas que encorajem as mulheres a reconhecerem seus processos, e a identificarem e acessarem toda a rede de proteção existente, como a Lei Maria da Penha”, explica Liliane.

A vereadora Ana Affonso enalteceu a obra. “O livro traz recortes históricos, fazendo apanhado da luta feminista na nossa região. Parabenizamos as autoras pela execução, porque nós mulheres nos ajudamos e nos articulamos para transformar o mundo, se assim nós quisermos”, diz a vereadora.

Outros lançamentos de livros marcaram à tarde de domingo no Espaço Literário. A jornalista e escritora Magali Schimitt apresentou seu mais novo livro de contos “Cabeça de Árvore e outras histórias sem pé nem cabeça”. A professora e escritora Vera Hoffmann lançou o livro infantil “Ornito” e James Berwaldt, a obra policial “O Estranho Caso da Morte do Seu Francisco”. 

Homenagem ao Gilberto Gil

Próximo da cerimônia de encerramento da Feira do Livro, o palco principal recebeu uma homenagem ao artista Gilberto Gil.

Luísa Gonçalves, da Secult, ressalta a poesia do artista como forma de literatura. “A gente conversou com o Nado Pontes, que é um artista da região metropolitana, para fazer um especial do Gilberto Gil. Nada como uma literatura poética como a do Gil para falar sobre diversas questões sociais, introduzindo temas tão importantes de forma prazerosa, através da música”, reforça Luísa. O show de encerramento foi com a banda Ultramen, que tocou seus clássicos no Palco Principal.

[Foto: Thales Ferreira | Texto: Gabriel Reis – estagiário de Jornalismo | Supervisão: Jornalista Lisandro Lorenzoni MTb 12.480 | Scom/PMSL]
 

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