Notícias

A Prefeitura de São Leopoldo realizou, nesta quinta-feira (28), o lançamento do PAC Steigleder, projeto de obras de mais de R$200 milhões que irá beneficiar cerca de 3.500 famílias da região Nordeste do município. O evento ocorreu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região Nordeste, local em que funcionará o Posto Territorial Provisório do Periferia Viva, espaço que inaugura a etapa executiva do projeto.

O ato foi marcado pela presença de autoridades municipais e federais, além de moradores da zona beneficiada. "Estamos unidos, poder público e população, para inaugurar o que considero um dos projetos mais edificantes do Brasil, por sua relevância e grandiosidade. Iremos construir um bairro inteiro para dar mais dignidade e segurança a essas pessoas", declarou o prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco. "Um sonho não se constrói sozinho. Estamos felizes em vê-lo se concretizando na vida de pessoas que sofreram durante muitos anos", enfatizou a primeira-dama e secretária de Assistência Social, Simone Dutra.

O secretário Nacional de Periferias, Guilherme Simões, representou o Ministério das Cidades no evento e reconheceu a relevância do projeto para o município. "A gente sabe o quanto a cidade sofreu com o desastre climático e estamos felizes de poder contar com essa parceria. Agradecemos ao prefeito Heliomar porque teve a firmeza de pegar o projeto, fazer as suas revisões necessárias e 'tocar para frente'", disse Simões.

Representando a Caixa Econômica Federal, agente financeiro do programa, esteve presente o Superintendente de Rede da Superintendência Vale do Sinos, Marcos César da Rosa Tavaniello.

Economia de R$10,4 milhões

A princípio, o projeto previa uma contrapartida do município de aproximadamente R$11 milhões. Segundo o governo municipal, um orçamento que não seria possível na situação em que os cofres públicos foram entregues. "Nos reunimos com o prefeito e a primeira-dama para estudar e revisar o projeto. Percebemos onde poderíamos economizar, mas sem diminuir nenhum dos benefícios previstos. Com esse gerenciamento, chegamos a uma contrapartida de R$600 mil, uma economia de R$10,4 milhões", compartilhou o secretário de Habitação, Rodrigo Bach.

O gestor enfatizou que mesmo com a relevante economia de valores, todas as etapas e entregas do projeto estão mantidas. "A população terá quatro novas praças, uma Unidade Básica de Saúde, uma escola, pavimentação de Avenida projetada, além de 241 unidades habitacionais construídas", enfatizou o gestor.

Entre as obras previstas também está a construção de um conjunto de estruturas para evitar os históricos alagamentos na região Nordeste: vala de drenagem, bacia de amortecimento e casa de bombas.

Posto Territorial Periferia Viva

A instalação do Posto Territorial é a primeira etapa das ações executivas do projeto e está prevista no plano do Ministério das Cidades, sendo executada em parceria com as secretárias de Assistência Social e de Habitação. O local será um escritório do Periferia Viva, programa inserido dentro do PAC Steigleder, e servirá de espaço para escuta da população, permitindo que ela participe da elaboração das ações que serão realizadas na comunidade.

No espaço, agentes da empresa CDES, que presta a assessoria técnica do projeto, serão responsáveis por ouvir as demandas e sugestões dos moradores.

O espaço, localizado na Rua Mauá, 2141, no bairro Santos Dumont, estará aberto à população todas as segundas-feiras, das 9h ao meio-dia e das 13h às 16h. O atendimento será estendido a mais dias da semana ao longo do tempo.

Um sonho aguardado há 20 anos

"Para a comunidade Steigleder, hoje o dia amanheceu diferente, ele nasceu brilhante, porque esse é o primeiro passo do sonho de muitas famílias", foi com essas palavras que Jaqueline dos Santos Rodrigues deu voz às mais de 210 famílias da comunidade. A moradora está na ocupação desde seu início, há cerca de 20 anos, e é uma das representantes escolhidas para acompanhar o avanço do projeto junto ao governo municipal.

"Essa é a realização de um sonho, uma conquista de quem sobreviveu aqui durante muito tempo sem coisas básicas como um chuveiro para tomar banho, uma geladeira para armazenar a carne ou um ventilador para se refrescar no verão", relatou. Segundo Jaqueline, a aproximação do governo com a comunidade foi essencial para esclarecer dúvidas e dissipar alguns receios. "Fomos muito bem recebidos e toda vez que há uma notícia nova sobre o projeto, nós somos chamados. Eles poderiam fazer algumas coisas sem a nossa presença, mas decidiram nos incluir", compartilhou.

Outra moradora, Tatiane da Silva, vive na comunidade em uma casa de passagem junto com 3 filhos e o esposo. Ela relata as dificuldades que enfrentou para proporcionar qualidade de vida à família. "Meus filhos chegavam na escola com o tênis puro barro e os colegas se 'arriavam' dizendo que eles moravam no barro. Às vezes não podiam nem tomar banho para ir na escola. Isso me marcou muito, não ter condições de dar um lugar digno pra eles", relata.

Em 2024, ela e a família viram a enchente levar muito do que haviam conquistado ao longo de 20 anos e afirma ter no PAC a esperança de uma nova vida. "Eu me imagino na minha casinha, tendo meu terreno e cuidando das minhas plantinhas. Ter o que é da gente, poder pagar uma água, uma luz, ter um comprovante de residência", descreveu Tatiane, com um sorriso no rosto, seu futuro.

Texto: Eduarda Toledo - Jornalista MTb.21.884
Foto: Fábio Pilger
Superintendência de Comunicação da Prefeitura de São Leopoldo